26
Mar20
Passeio higiénico
Ti*
Fui à rua,
O que senti foi devastador,
As gentes nas janelas ,
Sozinhas,
Aguardando que uma alma fale com elas,
De olhares tristes,
Não se vê ninguém a caminhar,
Não se vê carros,
Cafés fechados,
Ninguém na estação para apanhar o comboio,
As paragens dos autocarros estão vazias.
Vim para me combater a mim mesma,
Para preservar as paredes da casa que eu sempre quis,
Para não acelerar a mente de quem comigo vive,
Para tentar manter um de nós,
Com a mente sã,
As lágrimas são impossíveis de esconder,
Isto é demasiado duro,
Estar sem liberdade absoluta,
Nunca pensei viver nada assim,
Agora sei que nunca me restringiram de nada,
Que fosse realmente importante para mim,
E hoje sem amigos por perto,
Sem o amor físico dos meus,
Não sou capaz de estar plena e bem,
Apenas segura.
Vamos ficar bem,
É o que espero também.
Esta falta de ar,
Faz-me agora valorizar a brisa que corre,
Faz-me sentir os meus pés no chão,
O tranquilo da paisagem,
Que esta à minha volta,
Cores que nunca tinha visto,
O cheiro das ruas,
A quietude agora de tudo,
Antes num frenesim,
O sol que me aquece,
E felizmente me faz olha-lo a sorrir,
E de olhos fechados,
Mais uma lágrima deixar cair.