Férias tuas
Devem ser as primeiras férias que não falamos,
estares com os teus amigos,
veres rabos na praia,
treinar desnudo por outras bandas...
Desta vez, sem,
mandares vídeos e fotos.
Longe,
onde podíamos estar juntos,
eu estaria a usufruir das minhas migalhas,
a ter-te para mim,
sexualmente ou não.
Desfrutar deste "nós" mais longínquo que nunca.
O pensamento vem,
acompanhado de um pranto,
acho que odeio,
amar-te tanto.
Evito não pensar,
seguro a vontade de te ouvir e ler.
Tento gerir esta ânsia de saber de ti,
de te sentir,
abraçar,
tocar,
massajar o teu corpo,
que é a minha melhor cobaia.
Todos os dias me custa,
e não posso dizer que hoje menos que ontem.
Saudade, necessidade,
misto de não saber viver sem,
não querer viver sem,
mas saber que foi uma longa ilusão,
e que não há nada mais para viver.
Arrependo-me de tantas coisas,
que fiz e podia ter feito...
Sinto-me sufocada na minha solidão,
não peço ajuda,
não alimento carências porque, sim,
não imploro sexo vazio.
Sei que vou superar-te,
já consegui esquecer 15 anos,
mas está a ser bem difícil...