Miúda com 30

Maravilhoso <3

A vida segue,

a estação muda,

os dias correm.

Mais uma lembrança paira no ar.

Mais um pouco de um nós,

inexistente, é recordado.

Mais uma lágrima me corre,

pelo rosto triste,

mais um porquê no ar.

Acho que esta teimosia,

é pior que doença,

nem me deixa viver,

nem matar a crença,

de um dia seres rei meu.

Sou tão vazia quando penso em ti,

sou tão fogosa em cima de ti.

Onde me perdi que a saída eu não encontro,

onde me situo,

se as pernas se fixam ao chão,

no exato lugar,

onde me deixaste por anos.

Desaparecer não te apaga,

 até já só queria sofrer de amnésia.

Sinto falta de te sentir entrar,

de me sentir tremer,

a ferver,

deixar-me ir,

a mente,

o corpo,

de entrar numa tesão,

só nossa.

Sinto falta,

tanta falta,

de encostar-me ao teu peito,

ficar só ali,

a olhar no infinito.

Querer chorar,

pensar que queria eternizar aquele momento,

nosso,

apenas o nosso.

Sinto tanta falta,

de ter dentro de mim,

sentir-me a vir sobre mim,

de apenas de olhar para ti,

ter contacto.

Sinto o meu coração apertado,

apenas ao te lembrar.

Eu sei que não quero mais,

sei que já não me queres mais,

quero tanto não querer,

e, ao mesmo tempo, quero.

Não me identifico em nada do que leio,

escrevo,

estou em negação,

desta fuga de nós,

de mim.

É como se tivéssemos passado borracha em tudo.

Como se não houvessem memórias, 

como se nada ficasse destes anos...

Parece que te sinto o perfume diariamente,

do nada, num espaço vazio,

e isso é realmente deprimente.

Hoje pensei em ti,
Acordei de madrugada,
Chorei,
Lembrei,
Revivi,
Senti-te o cheiro,
O toque,
A tua saliva a escorrer por mim.
Tão real como cada momento vivido,
Agora lembrado,
E cada vez mais longe de ser repetido.
Gostava de te esquecer,
Deixar de te querer tanto,
De não ficar neste pranto,
Apagar a memória e não nos reviver.
Só quero que estejas bem,
Mas sem ti,
Tudo na vida fica aquém.

O último que guardei,
Das muitas idas ao motel.

O último,
De tantas gotas de suor que lá deixamos.

Ali,
Naqueles lençóis brancos,
Fomos memórias,
Entre conversas francas,
Confissões,
Desabafos,
Mentiras,
Amor,
Sexo,
Gemidos,
Gritos,
Abraços.

Fomos tanto,
E foi tão bom.

Fomos dois perdidos.

Em cada gota de água,

Que escorria pelos nossos corpos,

No banho juntos,

Aqueles beijos fogosos...

Hoje só tive vontade de os provar mais uma vez,

Por tanto te querer talvez,
Não me consiga de ti separar.

Estou a mentalizar-me que vou seguir,
Que vou um alguém melhor econtrar,
Um ser que me faça esquecer,
Crescer,
Sentir todas as coisas que contigo aprendi.

Mas ao mesmo tempo penso, quem é que eu estou a tentar enganar?!

Se ninguém é igual a ninguém...

Por isso,  a quem me mostrou a palavra, o significado e a cor,

Incrível,

Vou sempre querer tão bem...